Eu amo um Sherlock
Sherlock é uma das minhas séries favoritas e até agora me pergunto como pude demorar tanto tempo para começar a assistir. É claro que fico feliz por ter demorado tanto porque isso me garantiu uma das melhores maratonas que já fiz na vida – e também pelo fato de não ter que passar pelo sofrimento de esperar por dois anos por uma nova temporada, visto que esse é o intervalo usual entre uma e outra.
Não sei se foi a atuação de Cumberbatch, se foi pelo formato de episódios longos ou se foi a adaptação contemporânea das histórias escritas por Arthur Conan Doyle que me cativou. É provável que tenha sido uma combinação de tudo isso com o bônus de uma atuação maravilhosa do elenco inteiro e uma fotografia incrível. Seja o que for, Sherlock ganhou cadeira cativa no meu coração – mesmo que a última temporada não tenha sido a melhor de todas.
A primeira e a segunda temporadas são as melhores, embora a terceira tenha trazido uma das minhas personagens favoritas na série inteira: Mary Morstan/Watson (interpretada pela maravilhosa Amanda Abbington).
A versão apresentada por Benedict Cumberbatch é diferente da versão dos livros. De fato, ainda não li nenhuma aventura de Sherlock escrita por Arthur Conan Doyle, mas pesquisei por referências e logo ficou claro que, embora se trate do mesmo personagem, a adaptação ganhou características novas. Nos livros, por exemplo, Sherlock Holmes desenvolve suas incríveis habilidades de dedução através de dedicação e prática. No caso do Sherlock Holmes interpretado por Benedict Cumberbatch, essa é uma habilidade natural, que nasceu com ele. Outro traço que difere ambos é que nos livros Sherlock não é tão arrogante quanto na versão contemporânea.
Watson, interpretado por Martin Freeman, foi uma agradável surpresa. As reações dele diante do brilhantismo de Sherlock nos primeiros episódios refletem as minhas reações do outro lado da tela. Mesmo Sherlock sendo considerado alguém “não amigável” por todos que o cercam, Watson encara tudo de mente aberta e com um fascínio que beira a inocência.
Me apaixonei por Sherlock (tanto a série quanto a interpretação de Cumberbatch) logo no primeiro episódio e já estou sofrendo de abstinência.
Mas o que eu mais gostei na série é que no final de cada episódio, além do choque causado por algum “plot twist”, duas sensações são possíveis: a de que você ficou um pouco mais esperto ou que perdeu a capacidade de raciocínio em algum momento entre os primeiros minutos e o choque final.