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Vida de Pirata

Existem histórias com um poder único: elas nos transportam para mundos nunca antes vistos, mas dos quais sempre escutamos os ecos dos seus chamados.

Às vezes, quando se tem sorte o bastante de ouvir esses ecos, podemos nos deixar levar pelos fantasmas da imaginação. E, vez ou outra, cruzamos caminhos com alguém desafiando o status quo daquilo que chamamos realidade, pronto para embarcar numa jornada pelo desconhecido, pelo estranho, pelo extraordinário.

Esse chamado é algo difícil de explicar. Mas é uma sensação semelhante ao de ter o coração roubado – uma parte de você não consegue mais viver neste mundo em paz, e uma constante “saudade de casa” assombra nossas mentes. Sentimos em nossas almas o toque de uma vida nunca vivida, aventuras que nunca tivemos, emoções que nunca experimentamos… e, ainda assim, todos esses sentimentos são tão ou mais reais que nossa vida cotidiana.

Quando Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra foi lançado, escutei os ecos desse chamado. Arrepios percorreram meu corpo inteiro durante grande parte do filme e inúmeras vezes meu coração bateu acelerado, inundando meus olhos com lágrimas. Desde então, a linha do horizonte se transformou, para mim, um sinônimo de liberdade, um lugar para ir onde algo maior esperava pela minha descoberta.

Eu faço o que posso para seguir com a minha vida, mas o anseio, o doloroso desejo de viver aquela aventura, de velejar os sete mares no Pérola Negra ao lado do Capitão Jack Sparrow… ele nunca me abandona. É a minha maldição. Eu estou aqui, ele está lá, o Pérola está lá. As sereias, deusa presa em forma humana, monstros do mar, bruxas do pântano, mapas que mostram o caminho para o fim do mundo e o caminho de volta para a terra dos vivos… Por mais que eu procure, nunca vou ver a luz verde no horizonte quando o sol se pôr.

Mas sigo olhando, sigo procurando. Sigo caminhando pela areia, deixando as ondas molhar a barra do meu vestido enquanto sinto a presença da fantasia agitar meus cabelos com o vento. E encontro conforto na música, com o cheiro de maresia, com o sol do verão… E também encontro conforto no meu coração, que insiste em dizer que a diferença entre realidade e fantasia é o meu julgamento.

Então, sim… vou seguir navegando esta vida. Porque sei que ainda tenho algumas aventuras para viver por aqui. Eventualmente, acredito, vou encontrar meu tesouro – seja ele qual for, pois bem sei que nem tudo que vale a pena é prata ou ouro. Vou seguir na direção do meu horizonte, içar minha bandeira, porque é uma vida de pirata pra mim, savy?

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